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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Nota de repúdio e pesar pelo assassinato da estudante de Nutrição da UFPA, Ingred Israel

O CANUT UFAL vem manifestar o seu mais absoluto repúdio e pesar ao assassinato da estudante de Nutrição da UFPA, Ingred Israel.

Ingred foi encontrada morta em um quarto da sua casa com sinais de violência sexual e mais de vinte perfurações por arma branca. O autor do crime: Um rapaz com o qual a estudante se relacionava.

De acordo com o IPEA, quinze mulheres morrem por dia no Brasil vítima de violência masculina. A violência física é a expressão mais brutal e idealizada da dominação do homem sobre a mulher.  Ingred infelizmente se soma a esta estatística antes que consigamos dar fim a este absurdo.

A morte de Ingred nos mostra a força das ideologias que sustentam esse tipo de conduta bárbara, doentia e agressiva de uma sociedade paternalista que oprime a mulher. É preciso que a tristeza por sua perda se transforme em estímulo na luta pelo fim deste tipo de sociedade.

Tal conduta do agressor evidentemente criminosa merece rechaço e punição. Mas muito mais que isso, é fundamental que construamos uma sociedade igualitária e livre de qualquer forma de violência.

Nosso profundo pesar e carinho às companheiras do Pará!

Ingred PRESENTE!

domingo, 8 de março de 2015

Por um RU GRATUITO e IRRESTRITO

CARTA DO CENTRO ACADÊMICO DE NUTRIÇÃO A TODA COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Art. 6º da Constituição federal: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da constituição”.
            
                O Brasil é um dos países em que se verificam as maiores taxas de desigualdade social. Por sua vez, Alagoas possui o menor índice de desenvolvimento humano entre os estados da União, fato visível dentro da própria universidade, onde um grande número de estudantes que venceram a difícil barreira do vestibular já ingressa em situação desfavorável aos demais, sem as condições socioeconômicas mínimas de iniciar e permanecer no curso superior escolhido.

            Partindo desse aspecto e levando em consideração que entrar na universidade pública é um desafio imenso para a maior parte dos jovens, que na maioria das vezes não tem como pagar as altas mensalidades das grandes instituições de ensino superior privado do país, e que permanecer na universidade pública é outro grande desafio visto que os investimentos em educação pública e a política de reforma universitária (REUNI) expandiu as universidades, mas não garantiu a qualidade e nem as condições para os estudantes permanecerem, faz-se necessária a luta por uma política nacional de assistência estudantil que, inclusive, dê sustentação à adoção de políticas afirmativas, para que a educação superior possa formar profissionais qualificados e cidadãos críticos capazes de contribuir para a transformação da sociedade brasileira.

            O Reuni é um programa insuficiente de expansão da universidade. As reitorias estão cumprindo metas que nada tem a ver com os interesses dos estudantes, mas sim das próprias elites que dirigem a universidade. As necessidades básicas, como alimentação, acabam sendo substituídas por interesses que visam apenas benefícios individuais. Assim, no lugar da busca por soluções para melhorar a permanência do estudante, nos parece que está em primeiro lugar o fim do ensino público.

            É importante lembrar que as leis estão para servir o povo e não o contrário. A constituição federal é a expressão superior do interesse público e está no topo da hierarquia normativa de modo que o poder público, em suas três esferas, devem garantir sua efetividade. Além disso, qualquer omissão que ponha em risco a efetividade das normas jurídicas é INCONSTITUCIONAL e pode e deve ser questionada. A previsão expressa da alimentação no artigo 6º da Constituição reforça a capacidade de exigir este direito.
            O direito Constitucional à alimentação foi adquirido através de muitas lutas. Deve ser lembrado que antes desta garantia, o índice de evasão escolar e de trabalho infantil eram ainda maiores que na atualidade. Graças ao direito à alimentação muitos tiveram e tem a possibilidade do acesso a universidade. Defendemos que este direito seja garantido a todos também na universidade visto que a fome atinge todos os estudantes desde a creche à pós-graduação.

            O Restaurante Universitário é um espaço fundamental para o desenvolvimento pleno de grande parte dos estudantes. Entendemos que o valor cobrado não leva em conta a realidade socioeconômica do nosso estado, excluindo uma importante parcela destes estudantes a seu acesso.

            A defesa da Universidade pública passa inteiramente pela defesa da garantia de acesso e permanência dos estudantes aos meios necessários para garanti-la. Defender uma vida acadêmica plena é defender, entre outras coisas, o direito vital à alimentação e para isso é necessário que o restaurante universitário seja realmente para todos.

            É mais que necessário que tenhamos uma considerável parcela do orçamento da universidade destinada exclusivamente para as demandas da assistência estudantil e que esta pauta não seja encarada como segundo plano ou como mero gasto no orçamento da universidade e sim sob a perspectiva de direito e investimento da sociedade na formação de transformadores da realidade social. É preciso que a reitoria se some à reivindicação histórica do movimento estudantil para ampliar para 2,5 bilhões de reais as verbas do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

            Fundamentados no direito Constitucional à Alimentação e na defesa do melhor aproveitamento do dinheiro público através do maior acesso à permanência do estudante na academia, o Centro Acadêmico de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas exige acesso gratuito e irrestrito do Restaurante Universitário do Campus A.C. Simões, bem como solução para a garantia desse direito aos estudantes do interior.

            Exigimos também que frequentar o Restaurante universitário não seja um desprazer para o estudante. A dependência deste restaurante não pode tornar o estudante refém da má qualidade de atendimento, da falta de pessoal no quadro funcional e da burocratização apresentada.

Se porventura nossas alegações fossem inverídicas, certamente estariam o reitor, a vice-reitora, as pró-reitoras e os pró-reitores frequentando o restaurante universitário para realizarem suas refeições ao lado dos estudantes todos os dias.

“Na luta por uma Universidade pública, gratuita e de qualidade! Por Soberania, Democracia e Saúde!”